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Sede da Willis

O edifício situa-se na área central de Londres (City) que está em zona de preservação histórica. O projeto apresenta grande relevância para a cidade de Londres tanto do ponto de vista urbano como ambiental. Integra-se ao tecido urbano através da provisão de espaços públicos abertos ao nível da rua e destaca-se no que se refere à sustentabilidade tendo excedido em 20% as metas oficiais do governo inglês de redução de carbono. Recebeu a classificação de BREEAM “excelente” (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), a mais alta concedida por este sistema de avaliação ambiental britânico, ainda atingida em baixa proporção na indústria da construção inglesa. Foi também premiado pela sua qualidade arquitetônica e a sua contribuição para a paisagem urbana com o "2007 New City Architecture Award".

 

Compreende dois blocos independentes unificados por uma praça aberta com acesso ao púbico no térreo. O bloco maior, de 29 andares, está posicionado à frente do edifício do Banco Lloyds (Lloyds Building, projeto do Richard Rogers, de alta significância arquitetônica), o que exigiu inúmeros estudos e considerações para que o novo projeto nao obliterasse a sua identidade e para que se criasse um diálogo entre os dois edifícios.  O edifício menor, de 10 andares, com sua fachada côncava dá forma à praça e seus cantos curvos preservam importantes eixos históricos de visão (protected view corridors); seu contorno também reintegra uma rota histórica ao nível da rua através de uma “rua interna” pedestrianizada, com lojas, cafés, restaurantes, paisagismo, bancos, lazer, manifestações culturais, etc., que dá continuidade ao espírito do mercado histórico de Leadenhall (Leadenhall Market) nas adjacências, criando um percurso entre os dois.

 

Os dois blocos tem a volumetria de “conchas” curvas sobrepostas em tres níveis escalonados, sendo que nos dois níveis inferiores a cobertura oferece um terraço acessível aos escritórios com vista para a praça. Ambos os blocos tem torre de circulação central para possibilitar planta aberta e layout flexível. As fachadas são parte integral da estratégia de sustentabilidade e ganho energético, sendo altamente refletivas e compostas de painéis sólidos e envidraçados alternados, dispostos em “zigue-zague”, que ajudam a aumentar o isolamento térmico e diminuem o ofuscamento da luz e o aquecimento solar excessivo.

 

O programa consiste em: auditório para375 assentos; spa/academia; terraços para associados e clientes; restaurante e café para associados; 27 salas de conferência; sala de vídeo; sala de refeições para clientes; 35.000 m2 de espaço de escritório. O edifício conta com 42 vagas para automóvel, 88 vagas para motocicletas e 264 vagas para bicicletas. Esta  é uma estratégia para não aumentar o trânsito local e incentivar o uso do transporte público.

 

Desenvolvimento

 

A concepção do projeto contou com o trabalho dedicado de equipe interna criada para este fim. Foram feitas extensas análises do contexto de situação do ponto de vista histórico, geográfico, demográfico, climático, geométrico, etc.  Houve preocupação intensa em desenvolver a volumetria em sintonia com o entorno e respeitando os parâmetros de direito à luz (rights of light). Amplos estudos foram desenvolvidos no mercado de Leadenhall e referentes a seus padrões de ocupação para informar a concepção da “rua interna”. Diagramas foram desenvolvidos para ilustrar condições de orientação, posicionamento, geometria, relações espaciais, culturais e humanas nas quais o projeto teria implicação. Dezenas de maquetes de estudo foram desenvolvidas em busca da melhor intervenção, e que ao mesmo tempo atendesse aos objetivos do cliente.

 

O desenvolvimento do projeto contou também com extensa equipe multidisciplinar de consultores especializados os quais a equipe interna tinha que coordenar, compatibilizar e interagir: orçamentista, projetista estrutural e de instalações, consultor de aprovações legais, especialistas em testes de túnel de vento, especialistas em caixilharia, especialistas em circulação vertical, etc.

 

O processo de aprovação na prefeitura foi bastante complexo por conta dos inúmeros fatores envolvidos: área de preservação histórica, proximidade do edifício Lloyds, trânsito local saturado e impacto de um empreendimento deste porte na vizinhança; respeito ao “direito à luz” (rights of light) dos edifícios adjacentes. Demandou inúmeros redesenhos e discussões com os órgãos de planejamento e uma das condições de aprovação do projeto em sua totalidade foi a concessão de espaços para uso público.

 

 

 

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