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MIS PRO

O objetivo desta proposta é o de criar um edifício que atenda plenamente às funções de conservação e guarda do acervo do MIS PRO considerando um ciclo de vida de séculos, e que ao mesmo tempo se preste a ser um centro de pesquisa e difusão de cultura para o público, além de palco de manifestações culturais, produções e seu registro, funcionando como polo receptor, gerador e distribuidor de conhecimentos e estímulos.

 

Os conceitos principais são: a extensão do espaço público urbano ao interior do projeto, gerando um espaço híbrido entre o público e o privado que tanto difunde conteúdos existentes quanto absorve conteúdos espontaneos locais; e a permeabilidade do acervo e do seu manejo ao público. Foi desenvolvida a idéia de uma “rua interna”, um corredor de fluxo livre dentro do edifício,  aberto ao público sem sistema de controle, no térreo, com conexão direta da rua. Neste espaço ocorrem performances e feirinhas ou comércio informal; lounge para descanso, encontros,  leitura e apreciação de filmes do acervo em telão com programação contínua; cabines de livre acesso com processo de seleção digital para escuta de música do acervo; café; livraria e loja; espaços expositivos flexíveis temporários; projeções; instalações multimídia e outras manifestações culturais que dialoguem com a vida urbana da Lapa. Grafiteiros locais com tradição na Lapa serão convidados  a usar as superficies do projeto como suporte para suas criações. A questão da permeabilidade do acervo  reflete-se também no conceito da “rua interna”, que permite acesso à filmografia e discografia para o público em geral, nas projeções no telão, em estações digitais e nas cabines de escuta. Em relação à permeabilidade do manejo, propôs-se que os laboratórios técnicos tenham fechamento em painéis de vidro transparente quando possível ou opaco com “recortes” transparentes passíveis de serem fechados quando a segurança do acervo exigir.

 

O programa também conta com recepção, biblioteca, auditório, área de pesquisa, salas de aula e ensaio,ilha de edição e finalização, estúdio, área administrativa, sala de reunião, unidades de residencia para artistas, áreas de apoio com TI, almoxarifado, vestiários, copa, chapelaria, vigilância, depósito, área de carga e descarga, área de acervos  incluindo acessos controlados e recepção e triagem,  e áreas técnicas incluindo: laboratórios de conservação,tratamento técnico da informação, reserva técnica e laboratório de digitalização. Organizou-se no térreo as áreas de uso público  como loja, café, biblioteca, auditório, salas de aula, e nos andares superiores as áreas técnicas, administrativas e acervo. A residencia dos artistas foi posicionada no topo do edifício em parte da cobertura a ser preservada e a área de exposições fixa e o auditório no subsolo. Isolou-se o acesso às áreas públicas do acesso ao acervo, com circulações independentes e controle de segurança.

 

O partido propõe a demolição dos edifícios existentes, com exceção das fachadas preservadas, para que sejam concebidos espaços mais eficientes e compativeis com as demandas atuais do MIS PRO, o que acarreta maior custo benefício a longo prazo. Optou-se também pela independencia dos volumes por questões de clareza de programa e segurança na gestão de riscos. Concebeu-se portanto na parte frontal do projeto uma espécie de armação interna independente da fachada, em estrutura metálica e vidro, comportando os volumes e interligações necessárias. Os pavimentos são escalonados deixando a fachada frontal livre do lado interno. Esta será revestida com um vidro sem ser modificada e assim as marcas da sua história poderão ser observadas. As reentrâncias da fachada lateral terão fechamento em vidro para iluminação do ambiente de circulação das áreas técnicas e da “rua interna”. Como o acervo foi posicionado no fundo do terreno, criou-se uma área de carga e descarga na calçada com elevador monta-carga para um corredor subterrâneo que corre paralelo à “rua interna”  atravessando o lote, e dá acesso direto ao acervo, com área de recepção e triagem. Da “rua interna” ve-se o corredor logistico subterrâneo através de recortes no pavimento com elementos de vidro. O elevador na calçada funciona também como um tótem de identidade visual com o logo MIS PRO e emissão de luz à noite.

 

O principal sistema construtivo é a estrutura metálica, que contribui para a rapidez e “limpeza” da obra, além de garantir reciclagem no final do ciclo de vida do edifício, resistencia mecanica e ao fogo, e impermeabilidade. Nas obras de escavação e lajes utiliza-se o concreto.  Os materiais de fechamento são principalmente o vidro (transparente em áreas menos sensitivas e opaco com “recortes”em áreas técnicas); divisória drywall para separação e para ambientes de apoio; e concreto pré-moldado para o fechamento externo do acervo, com revestimento em chapa metálica perfurada. Artistas serão convidados a fazer intervenções nas superfícies do projeto, temporárias ou permanentes, nas mais variadas mídias.

Serão adotadas medidas de segurança patrimonial, física e ambiental do acervo e de prevenção de riscos, entre elas: hierarquia espacial de acesso; afastamento seguro entre edifícios; redução de materiais combustíveis; rotas de fuga adequadas; iluminação artificial de baixo consumo com sensor de presença; controle de acesso por cartão magnético às areas técnicas e por leitor biométrico aos módulos de guarda do acervo; sistema de gerenciamento e automação integrado aos sistemas operacionais ambientais e de segurança; sistema de AC 24 hs. O manejo do acervo será por comando eletrônico e software de gerenciamento e localização.

 

Em relação à sustentabilidade ambiental, propõe-se adotar um sistema de certificação tipo Leed, Aqua ou DGNB para o desenvolvimento do projeto arquitetonico e a execução da obra. Demolição de acordo com a ABRECON.

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